Sombrios e bons, não matamos a esmo
Nos becos sujos, uns corpos aqui e ali
Viemos salvar almas, costurar umas às outras,
vendê-las no mercado
Fazemos pactos para sangue florescer
Sombrios e bons, perdidos em noite pântano
quebrados e unidos pelo piano
Estamos com capas e presas,
com som à matar acomodados
Lançamos dúvidas para viver
Sombrios e bons, armados com palavras
Afiados com concordância e raiva,
vamos ceifar os cruéis,
incomodando peixes com seus nados,
pela ousadia da concorrência
Buscamos rosas para nos abster
Sombrios e bons, assassinos de nós,
cortamos com olhares indiferentes
Somos crianças brincando de dor e culpa,
alegremente deixando a sanidade de lado
Plantamos nós ao morrer
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