domingo, 30 de janeiro de 2011

Eve

Olá!
É agora!
Tenho certeza!
O que eu fiz?!
Você não fez nada... ainda!
Por que?
Não importa o porque... nem saber a causa pode impedir o efeito
Já foi posto em movimento
Desde o começo
Muito antes de qualquer escolha ser dada!
Oh my God!
Yo no compriendo
Compreensão é inútil quando se está diante de um todo degenerado....
Qualquer entendimento será das partes seccionadas, desmenbradas da máquina!
Só o que resta
Ya estoy entendiendo
Só o que virá num último lampejo...
É que somos olhos cegos...
Olhando estrelas que não mais existem...
Falando efêmeros num sonho...
Andando por ai, seja lá onde...
Para o indefinido e aquém.

Evelin de Castro e André Peixoto

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

hoje, como ontem

Hoje vi uma folha seca ascendendo
e voltando a parreira
do fim para completar a degeneração
transformar e participar de outra
vitoriosa na autodestruição
espectadora de suas próprias dúvidas
deixando se apoderar pelos sentidos
Que inveja!
Deixando se levar pelo vento
o mesmo que me trás apenas informações
corroendo meu interior aprofundando
minha introspecção
o medo, posso vê-lo, saber onde está
porque está
mas posso sentir?
estou a tanto tempo fingindo que não sei o que sou
não sei o que sinto, se é que sinto
estou cansado
não quero mais me esconder
mas toda vez vez que abro a caixa vejo
não há nada aqui

é isso que me faz sofrer
não são os percalços ou a dor
não são os prazeres ou as decepções
é a ausência de tudo isso...

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Sonhos do inferno

Com cães, sangue, fogo
estivemos sofrendo
apenas sonhos
Dor agora, cada onda
Calma dilacerante
Lâminas sem destino
apenas suaves a desmanchar
carne do ser
Realidade sem pressa
sem tempo de espera
cada segundo nivel acima
gritos afogados sobrepostos
anestesiando a ignorancia
Consciencia da merda
fonética ou sensível
na qual você se encontra
Vá se iludir!
O inferno é aqui
Qualquer pesadelo é mera fuga da verdade...

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Estranhamento

Durante a exploração do país das maravilhas,
todos os antigos desejos parecem diluídos na necessidade por alguma certeza.
Das questões menores ao segredos que o universo guarda,
toda interrogação tem recebido atenção.
Pois ao conhecer o mundo tento explicar a mim mesmo o que vejo, sem saber o que devia ver.
Quem sou eu e porque estou aqui?
E as mais estranhas criaturas e mais inusitados fenômenos me fazem crer que o mais louco ainda está por vir.
Se meus sonhos e criações são tão singulares,
a realidade deve ser ainda mais estranha do que posso imaginar...

Fênix

O suor escorre por sua face
Os sonhos indo além das dobras da calça
Chinelos grandes testemunham sua graça prismática
Como fenix espiralada ressurge impossível
Gratuita por sua vontade sem tamanho
O misero eu que descreve flutua sob sua aura
sem entender sem controlar
tristezas diminutas duvidas risíveis
30 watts perto de um holofote
Tudo numa gota

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Pensamentos sobre o amor que dói e a felicidade de um machucado que não vai desistir de ser

Há uma cura e talvez ela esteja mais próxima do que você imagina
Se alguém pode se desvencilhar desse veneno da mente é o próprio envenenado
Como? seguindo em frente e abrindo seu coração para o próximo poema apaixonado
Se acabar um livro dedique a si mesma
Sem pressa ou medo de decepção caminhe na direção da satisfação
Seja que direção for essa. Mesmo que eu não esteja nesse caminho
Quero que saiba que você é a cura!

Salgado

Entre o suicídio e poesia
escolho errar palavras em obscuros
olhos perdidos que não são covardes
perdendo a mim mesmo levando outros
por um ralo cheio de cabelos
o que ninguém quer saber
o que não quer ver e lidar
à merda me supero feliz
decepção linda não comigo
como um pudim de leite, livre, mole e culpado
se eu me matasse quem provaria do proibido?
que os versos desnudem as certezas
causem a duvida que sou
posso ouvir as ondas novamente
estão perto, sempre estiveram
venha mar poético!