segunda-feira, 17 de março de 2014

Haikamon III

Quero aquele teu riso descontrolado
Parar e contar nas suas pérolas olhos
Beijar sob seus cabelos num arrepio de calor
Amar-te desde os dedos direção solar
Desatar meus medos nos teus nós
Passear nas várseas e vales
Pronunciar graças e odes a eros
Oráculo sério de uma composição
Em momentos lábios gladiadores
Fazendo face e espírito um só
Energizando e focando em um compasso
Esquecendo eu e você
Até prender o ar e deixar seu fôlego na avalanche de prazer
Máximo superando máximo construindo o templo do suor

E tudo para quê?
O outono está aqui. todas as flores e folhas no chão
Significados cobrem e apodrecem a minha volta
Minha consciência sorri ao longe...

Hoje minha escolha sou eu

Enlouqueço de nuvem em nuvem
perdido no reconhecimento
Não posso mais me enganar
As mentiras doentias que me conto morrem inócuas
O redundante de tudo é eu espelhado atento e reprovador
Os encantos sorridentes inspiram sobreavisos
Os lábios fecham no impasse que me ganha vida
Oportunidades se esvaem enquanto me ganho tempo
Na incapacidade de controlar,
querendo ser arrebatado e esmagado pelo prazer,
querendo alcançar as alturas:

Preciso ser e ver ser;
Ficar no chão até o vento passar;
Chegar ao fim da ilusão;
Resgatar o eu das ondas que ondifico