segunda-feira, 27 de abril de 2020

Nu entrelinhas

Àqueles que se perdem por aqui
Que não entendem sobre mundos entrando
Sobre a solidão de seguir na frente...

Digo que não sei da loucura que passam:
acorda que piso, já conhecida, se mola
Digo que não sei sobre essas estrelas de que sentem falta
Mentira, que sei
Apenas foi bicicleta:
aprendi, o silêncio produz as sombras
Que viram dramas,
daí, uns ramos no papel...

O impressionante na falta
é que meu passeio rendeu eu
Eu, tomado pelo universo que vi

Todas as oportunidades perdidas
Todas as guerras que não ganhei
De todas e todas que decepcionei,
ansiedades que me partiram,
única coisa foi que [eu] perdi [eu]

A carência, o calor, arrepios,
medos e floreios fúteis por aí,
na loucura do escancarado,
escarrado por telas gritando
em belezas os desesperos:
Não foram mais curiosos!
Não mais que o estranho que voltou

Como o novo sobrevive de experiências antigas,
enquanto mundo desmorona das ruínas que questionei?
Mundo é a desconstrução da minha ilusão?

Àqueles que se perdem por aqui,
entre solidão e medo,
entre ilusões e crenças,
entre suicídio e sorrisos de foto,
digo "joguem fora o sentido!"
Decidam num jogo de palavras!
Deixem a sorte guiar o texto...
Deixem nu entrelinhas!
O que volta é poesia...