quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

30 de dezembro

Uns dias antes de nada
Esperando ponto e virgula
parafrases do passado
Seco desesperado
ironias em pleonasmo
Que a nova ortografia venha
as regras que se danem
Corro e corro atrás
Se parentesis ainda que chateado fecha parentesis
não consegui
o verbo se faz substantivo
os pronomes perseguem as conjunções
Àqueles que no dia 30 me lêem
a natureza preenche as lacunas
preposição ou não
os romances não ficam vazios
20 a 600 paginas, não importa
esse é só o tomo um
não queime o livro
leia a última página
ela é para você

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Causa Primeira

Ontem sonhei
com rapsódia em azul
queria tomá-la em meus bracos
em harmonias singelas
simples sorridentes objetivos
nao foi um sonho criativo
mas la estavam os gêneros divinos
os anjos dançando
a mágica nos elevando pelos pés
ah como fico bobo ao ver suas danças
como tais melodias me movem
justaposição utópica de desejos

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Feliz Aniversário

Desejo anos nevados a coco ralado
Em intensidades de manga madura
sem tangerinas ou altas calorias
Que seja goiabinha feliz
Que sua desenvoltura marrom glacê
Ilumine como a luz da geladeira
aqueles que têm gostos saudaveis
Por inteligentes barras de cereais

Desejo também que nossa musse amizade
dure caramelos infindáveis
Que seja salpicada de castanha de caju
Que meu pouquinho de nada
tempere ainda muitas das suas caldas
Que seus ingredientes finamente trabalhados
mantenham os 60% de cacau

Ainda que o mundo não saiba saborear
Somos iguarias para os merecedores
Presentes limonadas refrescantes
Quindins Inspiradores

domingo, 12 de dezembro de 2010

Dia a dia

Ontem eu queria morrer
Hoje quero morrer
Sou o pouquinho de nada
Incoerencia provocante
A loucura necessária
Merda que quer morrer
Incentivando aqueles outros para que fiquem vivos
Só não posso me salvar de mim
Autodestruição desse pretensioso
Me move
Não vou me matar como não me matei
Mas a cada segundo quero morrer
Não faz sentido e não poder ser
Sou impiedoso me deixo sofrer
Me odeio odeio essa covardia
Alguém acabe com isso por favor
Imploro
Sou um babaca mesmo

domingo, 14 de novembro de 2010

Seu sorriso

Seu sorriso infecta
de todo motriz evidência
fazendo pesssoas de opacos objetos
Ilumina e dá cores aos antes cegos
Esclarecidos tristes bobos superam
Sua empolgação distorcendo problemas
Revelando soluções homogênias
despreocupação felicidade
Ao ser e só por ser
contagia adoecendo de vida e alegria
Tornando bons os dias
e os proprios dias
sucessões de sorrisos amanheceres

A saga do alfinete

Era uma vez um alfinete. Ele vivia a costurar roupas, todo dia a mesma rotina. Infeliz ele queria ser um habilidoso prego. Na busca pelo seu sonho o alfinete acaba virando lutador de kung fu de pontadas. Quando se tornou o melhor nessa luta foi ao templo dos mestres parafusos. Mas lá se decepcionou pois os parafusos so sabiam girar e girar em duas direções apenas. Suas habilidades de king fu de pontadas lhe permitiam muito mais que aquele rodopiar monótono. Assim o alfinete voltou a costurar. Usando suas habilidades de lutador ele passou a costurar como nenhum outro alfinete, vivendo feliz para sempre com os trabalhos mais criativos que um alfinete e um lutador podem proporcionar.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Grãos de Areia

Grãos de areia espalhados pelo chão
Apressado escorrego sentindo suas texturas,
mãos e pés machucados sem saber o porque da pressa
Detalhes sem conta, insignificantes que me quedam
Levanto ainda leviano
decomposto em ignorância
De que praias pecados vingadores deixaram?
Passados caçantes de um se ver culpado
perto da água se me alcançar inocente
lavarei meus erros
cometerei novos acertos machucados
Não é a pedra que vai parar a abominação
Não são contas seus brilhos ascendem
são olhos desesperados de cair num sentido desconhecido
conhecendo origem de descaso destino
Nada alienação
Apenas proveitos de um acidente

sábado, 9 de outubro de 2010

Algo sobre as mulheres


"Uma mulher bonita não é aquela de quem se elogiam as pernas ou os braços, mas aquela cuja inteira aparência é de tal beleza que não deixa possibilidades para admirar as partes isoladas."

Sêneca


"A beleza da mulher deve avaliar-se não pelas proporções do corpo, mas pelo efeito que estas produzem."

Anne Lambert

A história e a literatura estão cheios de imprecações e preconceitos contra a mulheres. será medo ou inveja? medo de rejeições ou de ser diminuidos. Inveja de sua graciosidade? Pois sua beleza não está em sua aparência apenas. Se estende como um paradigma para a raça humana. Progenitora, não pode ter sua graciosidade comparada. Seus obscuros simples sombras produzidas pelo seu tamanho. Estamos a essa sombra. não de uma ou duas, mas de todas. Não há nada igual a uma mulher, pois não conhecemos qualquer coisa que não pela vida que nos deram. Uma mulher fofa é a síntese da gênese de todos nós. o sorriso é sol. Lembra de onde todos viemos e para quem queremos retribuir todas as luzes. De nada adianta a história, a literatura e seus pseudo-realizadores. Mas quem sou eu para saber? Sou só um homem...

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Definição doida de Fofura

Uma pessoa fofa não tem nada de diferente de qualquer outra pessoa. Mas é especial pra quem acha ela fofa. Ideais admiráveis, beleza, coragem, inteligencia ou interessante são apenas desculpas inexatas para uma vontade de olhar e suspirar. Se faz presente só de se pensar nela. Amor platônico que seja, a fofura nunca é fonte de lamento ou tristeza. Renova interesses nas coisas e pessoas apenas por se saber que existe alguem assim. Se está fechada em mundinhos ou senhora de anseios, se é acessivel e solidária ou egoísta doadora, o espelho não reflete. O que vê são defeitos que completam o que é. Assim é a pessoa fofa, satisfeita ou não, é completamente satisfatoria. Não por ser perfeita, mas por ser amalgama de tudo que se precisa. Longe da possibilidade de decepcionar, a pessoa fofa se revela mais simples do que se imagina, surpreendente como ondas, tornando praias mais lindas. Independente sua sina. Desejável só de olhar.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Vitral



É dia. A luz toma cor no vitral da vida
Desesperança
Milagre
Paixão
Alegria
Existência
Problemas
Medo
Luz
Esperança
Amor
Cegueira
Desgraça
Raiva
Chega a noite. A Lua é espelho, orvalho, prisma
Risco
Sorte
Romance
Calor
Viver
Inconseqüência
Azar
Escuro
Fuga
Tristeza
Arrependimento
Porta
Caos
Novamente é dia. Se o Sol brilha, o vidro dá cor

Hora
Morte
Paz

sábado, 25 de setembro de 2010

Ciclo Pedante


Pira a pirar
(para a piração do pires
de Pérez Pirineu,
que pessoalmente
penso pirado,
pela panela na perna
e pé-chato
a queimar na pira
Quê pira?!
A Pira a pirar
(para a piração do pires
de Pérez Pirineu…

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Desejos de morrer

Penso em morrer da hora que acordo
até a hora de dormir
Me desfaço a cada atravessar
Desabo com peso pena de mim mesmo
Não há mais motivos
Só covardia e por fim continuar
Incapaz imagino fazer
Falecer sem querer
Nem amor nem desejos que não morte
Chega de buscas, paixões, esperanças
Decepção intrasponível
Desistir recorrente apenas retórica
Palavras entregues a vazios fatos
Vivendo intenso a morte
acelero pontos finais extrapolados

Não quero continuar vivendo
mas não posso parar de morrer
Fins, novos começos
O inferno é aqui
e sem crenças objetivos
Sou demônio sorridente

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Só a flor

Flor perfumada
Flor colorida
Flor amada
Flor completa
Todas as pétalas de uma flor
Resumida num universo de palavras pequenas,
aqui floridas, tentado descrever
uma pequena flor de defeitos e qualidades
Imperfeita beleza, maravilhosa só de ser
Flor pétala
do meu exigente coração
pelo seu cheiro rosa
girassol meu sonho
lírio orquídia
delírio
querido
tudo em uma só flor
E que flor...

Amante Dureza

Ainda pouca medíocre
Polca dotes tristeza
Porca dia dia diamante
Divino dia ida dai
Isso vida
Emtílico recipiente
derramas
vidas meus
Ovídia diamante !
Tudo dor…
Origem coralor
Pourca medíocre
Poulca trizeres
Inputa
Outputa
Loadingando
meu copo carbono

Queboa idéias me deu !
Fudeu…
modelam palavrinhas vitas
esses poeteus !
Desacreditam
cartões poeminas
dos meus
Chocam tudo ocês
Quebram tudo ovos
Que dianta puta ex-pirado
poeta ex-namorado
sem produtor amortor
enamorador
por si
e seus gramáticos
Momentos ninguém crende-me
ou confie-me fios sinceras
de palavras dicionário

De que dianta,

Plavário bunito pra
ninguém zé creditá-las
achárias

De que dianta,

Vontadi fanática cego'nha
sem quem oie
perfeição incompleta ta dium
romântico suzinhu
com sueus monstros-deusas,
esperancinas virtualéticas

De que dianta,

Pouca missa
Polca louca
Porras diabos
Nessa vida engraxática !

Vida nova

Meu sol está aqui sorrindo
e eu construindo todo bobo
uma nave para chegar até seus braços

Indo de encontro ao sol
cego de maravilha
me sinto caminhando para esquina
mesmo sendo interplanetário

Passo astros e estrelas
supernovas cometas tristes
solidão do vácuo
levado por solares ventos
do seu ar

Pego fotos de sua superfície
me lembrando de como é sua órbita
da composição atmosférica
do nosso núcleo fusão

Sol que permite seres e és
que gera gravidade
que me atrai
me tira da rota
me calcula apaixonado
Continue me brilhando

Os Surtos Falam

Nos mundos vivem serpentes saindo da chaminé e andando em quatro dimensões a voar em passo frio espaço-tempo: assim imaginam os surdos comendo fios bambas, aleijando, sofrendo, sabendo sapos fanhos de certeza.
Chaminé folclórica derretendo pedra por pedra de gelo seco, como querendo bala de coco, aprendendo sujando o pouco que bate asas e foge. Foge caindo em desnudos cegos a olhar pra lá e pra cá, procurando sanidade nesse chão, ouvindo do maior ao menor peixe no fogo infernal, sobre o céu das tartarugas, observando cágados mudos,
Chaminés a falar

Oração molhada

Meu Deus, Deus meu
Poderia, se do céu cai água,
falar com meu peixinho?
Por ele, semana após a morte,
te chamo
Ele me mostrou, ao molhar o céu,
o quanto de ração se dá
Foi num erro e nadou praí
Rogo, meu Deus, perdoe
seu exagerado servo
e abençoe meu funesto peixinho

De sob o céu, onde cai a água,
envio meus pêsames e ao aquário
meus sinceros novos peixes

Toda pia é suja

Todo dia é um problema
Todo dia um novo esquema
Todo dia quebro a cara
Todo dia atropelo um novo
Todo dia me questiono
Todo dia ignoro algo
Todo dia sorrio pouco
Todo dia é dia
Todo dia eu choro
e alago todo chão
E todo chão é frio
Em todo ele frios
Todo dia caindo um novo
seja de frio ou de balas pelo chão
Todo dia e toda noite
Em todo lugar
E todos pé no chão
Todos todo dia
em coro
seja proclamando um problema
ou um novo esquema
Para todos os ouvidos
Para o chão de frios partidos
de todos os corações
Porque
Todo dia é

Cansado

Saturado de ilusões,
Sobrecarregado com a questão
do que é ou não é
nessa profusão de emoções
no infindar do fim do mundo
Eternamente tomando
cargas para si

E com maldição inflacionada
de sonhos furados…
Cheio da poética e preso a ela,
sempre por elas,
que invadem
um eu de inanição

E haja fim da história
para tanto recomeço
e sofrimento
que, nas suas morais,
vão diluindo,
aos poucos,
minha razão

Sóis Sentidos

Ontem te vi:
mostrei o que penso
transvestido do que faço
Me falta expressar
meu sentimento
Me ater aos teus olhos
Te dizer
o tanto que te quero

Até peço uma chance,
apesar de fugir,
passageiro do embaraço,
tropeçando
no desejo de te ter

É teu encanto,
me enumerando
tuas poéticas maravilhas
Inspirando a paixão,
Dando azul ao céu,
Rimando o Sol
com seu calor,
que se esvai
nesses versos que te erram

E, puro impulso,
acerto tudo que não quero
Rasgo ou apago o fruto
da covardia
Só ficam mesmo
o silêncio e o amor secreto

Que nos leve a pinga dos céus

Pingos de chuva caídos no
levantar de nossos sentimentos
Inundando o mundo
na tempestade de amor
Os mesmos pingos de
granizos raivosos
Que podem te enterrar
na neve, congelar teu ódio
Pingos até de vergonha,
te trazendo resfriado
Mas ainda assim
pingos sinceros,
te acordando
depois de um porre
De uma torrente vontade
de entornar uma pinga
Por um vendaval
ou pelo abafado caso
E pingo (ou pinga) que for
o dia ainda estará nublado

Sentindo o Vento

Dando férias ao amor
Sem perder a esperança
nem esperar nada dele
Apenas descrever o céu
ou o mar
Sentir o vento
Fazer ondinhas na água
Invés de ir à praia
ou sair pra arejar
Só vou me sentar ao Sol
e sorrir para as estrelas
que me lembram seu olhar
Se o Sol baixar,
vou dormir e sonhar
Se acordar dia chuvoso,
faço um verso pra
um pingo qualquer
E se der sol e chuva,
verei pingos de sonhos
caindo em versos
sem completar poemas
Nas férias do amor
vou descansar
No máximo,
viajo pelos seus cabelos
se por acaso soltá-los

Minha cara esquecida

Que noite, Paula!
Que Clara mais estrelada!
Ana mais lua!
Uma festa Roberta,
Até o Sol nascer Lúcia!
Teve Cláudias e bebes,
Jordanas no céu
E milhares Marinas!
Vi bêbadas Bias,
altas Camilas,
fogosas Marcelas!
Lá estavam astros Vívians,
nebulosas Rosas,
todas as Lívias!
Só não havia guia Maria…
E meu pensamento se Carla perdeu
nessa Bárbara vida

Analógico

Sem direito de esperar ou exigir
Sem pressupor ou seguir regras
Sem especular ou agir sem pensar

Só sentir

Só sorrir

Só amar

Se você quiser
Se me deixar beijá-la
Se me pedir,

já vou

Mas antes

me deixe jogar fora os manuais…

A Divina Discoteca

Demônios players

Anjos vingadores
caídos de seu céu
Discos arranhados
na obra de Deus
(artista pop com sua legião de fãs)

Players tocando
a necessidade de amor
Players proclamando
impérios coletivos da dor
Players divinos
na diabólica chamada
pela volta do salvador

Demônios players
falando de historicidade
Negando a paixão de cristo
Cantarolando que Deus nos ama

Seus best songs
carregados de bebidas
de água à tequila,
vodka à suco de maçã
Ao som de pastores
mexicanos orando
Que lástima!

Demônios players
Penso sobre o amor
Escrevo linhas mortais
As divinas
As proibidas
Tento colorir figuras
com uma só cor

Como se de um ponto
viessem as origens do amor

Demônios players
Seus celibatos quebrados
são também minhas linhas

No céu e na terra
(ou debaixo dela)
é errado amar:
só pode levar ao diabólico estado
da felicidade

Demônios players
Uma canção, please
De altos e baixos com muita cor, sempre preto no branco escrevendo limpo, vozes no coração, suspiros de sonhos, rosas ardidas, gargantas roucas, melodia num desarranjo estomacal
Tudo em harmonia
Canção como a vida

Players de pimenta,
com suas artimanhas
Olhos peneiras
corrompidos por lágrimas
Pensando em Deus
e no diabo do próximo
Amando sua mãe
até a nossa
Desejando prazeres da carne
que são nossos

Sabores de puras paixões

nos pondo pra correr
tartarugas nas fugas
de nosso demônios
Demônios players
Tocando vivas músicas

Fezes aos demônios
e as suas canções gospel
Morte aos ateus
Aos irmãos de fé, amigos, entes queridos,
cartomantes, seres divinos
Todos me sigam ao fim do disco!
Ao cú do mundo

Vire a página

Sete cegos

Lembro seu nome
fecho os olhos e te vejo
Quem será você?
Que alegra quem te ouvir
e rouba sonos pra pensar
em olhos esquecidos
de seus sorrisos viajantes
Velhos conhecidos encantos,
sonhados perfeitos
Trabalhos impossíveis
de jóias do luar
Cegando cegos
só de respirar
os sete perfumes da semana

Desintendo um nome resumir
tudo que há de mais belo
Um nome pra sete perfumes
Um sonho pra sete encantos
Revelando que há,
não um nome
não um sonho
Uma só mulher no ar
E um novo perfume
cegando um eu por dia

Manual do Ex-namorado

Planeta cemitério,
futuro destino
dos eu corações
Dane-se o manual de conquista
e as biologias da paixão
Extirpado,
esperando reconciliação,
odiando destino,
aceito o planeta cemitério
Fico só enterrado
Sem ar
Escrevendo manual da vida
pra colonos de Marte,
mundo defunto
Pronto pra me nascer
num futuro caixão,
a sete palmas,
menos os dedos
comidos pelos vermes
Nos eu corações,
revolvendo a terra
de marcianas emoções,
(estéreis de sinistros
tons de amor)
brotarão filhos mortos
desse planeta
Todos sob minha lápide
Datados da tristeza
de um suicida
determinado à incerteza
de um ex-namorado, morto e enterrado
que enfrentar o cemitério de sua nova vida
Fugindo pra Marte,
só pra terminar seu novo livro
Invadindo um planeta
sem nada que lembre ela
Só poeira e o destino

Sobre as voltas da caneta

Linhando o mundo, ela persegue o vazio
Dando voltas, sem covardia
Tudo pra não dizer o que pensa
Se revelando de uma só cor
Copiando até acabar suas linhas
Lutando até o fim da obra,
pra no final, morrer vazia
(ou ainda uma seca e inútil
caneta cheia)

Nas mais altas colinas

Sobre as colinas estiramos nus
limpos pensamentos
Encontramos arcaicos homens de nós
nos superando, verdes caminhos que são
Idealizamos cada um e outro sentimento,
caminhando e negando
o caminhar de nossos dedos

Colinas almas acolhem veredictos sim de nossos nãos,
contradizendo fatos terras aos montes desses verdes
de amor puro nu
ao léu
Réu e testemunha
de uma colina sonhada
quase ideal
Desejada antiga
sobre a colina estirada

O Sol mais forte
Quente dia mesmo sob cobertas nuvens de sombras não mais escuras
E que as colinas sejam brancas
e suas árvores e grama, apenas neve:
meus arrepios vem do Sol
que nessas colinas, está ao meu lado

Sobre as colinas mais altas,
videntes previstas necessárias à ocasião,
me despeço despido de razões e deço as colinas correndo na direção
do paraíso céu
da sua presença

No seu encalço,
perseguindo o Sol
morro abaixo,
Me sinto cada vez mais alto

Eclipsar

No ar, advindo de uma lua
romântica ouro
do sol luar
Eis prata dia
de um novo olhar seu
Meu sorriso carinho
nessa lua escondida
linda verdade
escondida
no eclipsar da sua vida
Descobrir de todo um planeta
em um único segundo
Obscuro destino
à que nos leva o desconhecer
e reconhecer nesse oculto
seu amor astronômico

Sem Título Ainda

E você é o tipo de mulher que fico feliz só estar perto, querer estar junto é natural
demorando para te ver, fico mais feliz de ter te conhecido
pensando sempre em você, todo resto ganha cores novas e ai esqueço de mim
estou apaixonado e anseio o próximo sorriso em cada coisa que faço
me importando não escapo do inesperado ou da frustação
mas caminho para um aprendizado
aproveitando cada segundo da perdição
tudo ficando engraçado, até ansiedade sendo manchada pela paixão
deixando de ver o óbvio e a racionalidade
deixando lógica e estabilidade
desligado de pensamentos coerentes, todos os valores mudando para tudo de bom
me entrego cego a passos diarios
incertos calores maravilhosos
algumas letras por dia
um texto que vai dar lugar à noite vida nova
sem título ainda

Faroestes Minguantes

Eternos faroestes minguantes
assaltados duelo covarde
fugindo ao sol poente
crescendo em verdes
prados
deserto nevado
no coração cowboy
estrumes cerebrais
buscando a próxima cidade

Andar

destino: morte
futuros indiferentes
iluminados fumegantes
embaçando caminhos da verdade
libertando de opção

sentido: harmonia atômica
com os vermes
ironia calcinada
dos restos da piada
a "tao" piada

Queria sorvetes

queria dizer o que sinto quando sinto
queria sorvete no calor
ah mas tudo que eu queria é pequeno
diante do que ficou
seu cheiro, seu perfume, seus desejos impedidos
desastres ou não eu derretido
sorriso escondido
sensação meio creme meio chocolate
nervosismos culpas acentuando emoções
eu confio e sinto, não me preocupo
com casquinha e calda
a ser saboreado pelas beiradas do destino
ah o impossível
não posso voltar atras
mas posso escrever o quanto linda
o quanto sei
o quão bem me senti
o quanto vi
pensar e ser é o mesmo
leia e seja
todos os carinhos e beijos que queria dizer
que os versos saiam napolitanos
misturados cheio de quereres
arrependimentos pequenos
diante da desculpa de corrigi-los
nada como a paixao
e sorvetes futuros em flocos
dificuldades morangos anestesiados
ah nada como esse calor todo
queria sorvete
mas me contento com a felicidade
que venham seus sabores!

O que importa

Que se dane o namorado maravilhoso dela
Alias que se danem todas as pessoas maravilhosas e felizes
que tem respostinhas perfeitas e ilusórias
Que se dane essas porras todas
pois eu queria todas elas e não tenho
Que se dane também esse desejo egoista
Que se dane o proprio egoísmo
Só há eu
só o eu deve importar
O resto é efemero diante do eu
Mesmo na duvida resta o eu
Mesmo no movimento o eu permanece
pela identidade inevitavel
Uma prisão
Uma condição a que estamos condenados
Não podemos deixar de ser
De escolher
Então é a unica coisa que sobra
A prisão de si à si
Então porque o resto deveria importar?
Por que valores de outros deveriam valer pra você?
Se eles não podem ser certezas universais
Então continua, cara
Não só porque é o melhor que você pode fazer
Mas porque você não tem opção
Só você pode se mover
só não pode deixar de ser
A única coisa que importa

Apocalipse

Aquele que por destino
vier a conquista-la,
que azar
pois mesmo ele
não impedirá o sol de nascer
tampouco conquistada amada
ou armados vigias
podem parar o noite e dia

Ao problema inominável,
de solução ignorada,
a queda procede
Desavisos da sorte
ou azar acaso
Fatos também enrigecem,
inevitáveis escaladas
de caídas rosas girassóis
numa balada épica,
tristezas e pena,
revelam integrais
acomodados
e integros iludidos
Sobretudo perdidos de sí
confiantes na derrota

Uma vez alcançado
espólio destruído
os escravos do sol
pensando o que é vitória
sob o luar
o poeta sempre constata
uma incógnita
reconhecendo flores guerra
destinos alheios

Rubro

Um sorriso vão
melhor que lágrimas motivadas
Um piscar no vazio
sob anoitecer rubro
Lembrar e correr
Falar ainda que sem caminho
Desejos reprimidos felizes
ao invés de nadas reais
Castelos de cartas de geléias
uma jogada que não se desfaz
em fatos inesperados
ou verdades decepcionantes
Mas sonhos acabam
de creme ou doce de leite
dão lugar à energia finita da vida

Esvaindo até a felicidade

Ah, o ócio!
não ser nada
nem responsabilidades
ou culpas
nem respiração
ou mortalidade
Apenas pés sem chão
andando perdido
sem sonhos
e frustrações
Desalmado
imoral
vazios instintos
Sem querer
nem poder
a ausência de sí

Elogio ao ócio,
deixo efêmeras palavras
num silêncio conveniente

Página 28 de Abril

7 dias pensando fim
8 que ainda fossem
9 infelizes não fariam
10 motivos para desistir
11 de não ser
12 desejam você
13 são rejeitados
14 incluindo a sí
15 oprimidos pensantes
16 pensamentos
17 nãos e sem número de sonhos

Pizzas

Inspirado à sorrisos pizzas
molho à alegria
calabresa vida
4 queijos direções
Sem caminho pro rodizio
Sem oréganos
Só diets culpas
Só peso de ânsia
24 sabores e nada de manjericão
nada de tomate
nada de cremily nas bordas
estasiado
começo no refrigerante
acachampantes sejam estas bolhinhas
Bem vindo açucar!

Sobreluzes

sobreluzes
a luar reluzentes
brilhos pungentes
piscando púrpuras
gota a gota
reflexo rubro
caindo na poça
cromatica iluminuras
de uma boemia assassinada

M

m
micro
líricos
ismos
vivos
fechados
articulados
macro
cosmos
hosmoses
asmáticas
pequenas
absolutos
trepados
amantes
comunistas
engrenagens
partilhando
sacrifício
micro
morte
macro
movimento

enes
sapatos
debaixo
entrópicos
fissurados
alambiques
desanuviando
moléculas

Gelo Atômico

Radioativos átomos
submersos
sorrisos nucleares
divergentes fissões
à explosões alimentar
Produzindo tóxicos dejetos
Brilhando impunes
paixões
Corroendo corãçoes
em fusão
deixando no lugar
urânio enriquecido
pequenos arranhões
nas suas emoções
revestidas de chumbo
Sentimentos em cavernas
Acelerações em partículas
reagindo em cadeias
Introspectivas
num zero absoluto

Minha Perdição

Minha perdição,
tristeza nesse caminho
Modo ou outro,
inevitável

O não dito revela
causa no ouvinte
Frustração
ou perda importante inesperada
Aquém do imaginado
ou inalcançável desejo
(já estou correndo)

O valor limita
ao desespero,
escolhas condicionadas
por ser
Como é determinando dor
(pura explosão)

Planejada imprevista,
revelação do exato
obscuro de sí
Ignorada ciência fugidia,
sem escapatória,
nem do fim
(sem ar sou pernas)

liberdade liberta
condenado à decisão já feita
Sem preocupações de verdades
desconhecidas
Sorrio da dor que não se dá
Avisado do abismo
(corro mais rápido)

me jogo mais longe que puder

Indecisão Poética

quero escrever
não sei porque
quero falar
não tenho palavras
quero ler
não sei o que
quero ter
para jogar fora
quero ser
mas não morrer
quero conquistar
mas não sei perder
quero andar
sem saber engatinhar
quero comer
sem ter que beber
quero sorrir
não gosto de sofrer
quero pular
não sei cair
quero que você saiba
não quero quase nada
quero poesia

A Raposa

A raposa persegue o sol arco íris sem estardalhaço.
Peguenas garras num afinco ilusão.
Sonhos de calor assassinando fomes
de dias carentes de amor.
A raposa persegue bois sem pasto
presas a não lamentar.
Sua pedra sentimento quebrando
rios falsos que bebeu.
A raposa persegue seus iguais
eriçando seus pelos de inveja.
na ausênsia de prazer se faz predador
do nada.
O nada persegue a raposa que antes de tudo perseguia a morte
seu instinto a controla sanguinária.
Das suas garras de geléia
a felicidade se desprende
na próxima colheirada.

Sem Fôlego

Respira inspira
Suado correndo
Frio ofegante
expirando palavras
engolindo choques esforços,
cansado mais energia,
virgulas virilhas com carinhos

Sob sol escuro
Orvalhos reluzentes,
lagrimas sobre os campos,
seus vales rios
Olhar esportivo,
artista prazer

Galgar translúcido,
reticências censuras,
obscuras emoções
Bocas abertas
unida espera
Natações espirais
Numa cama entre aspas,
concedo ao hipotético

Paixão

Ao equilíbrio!
Caos harmônico!
Fuja da estagnação,
da morte solitária
Cada átomo no seu canto
Cada celula parada!
Confunda suas prioridades,
perca suas resposabilidades,
se una a bagunça da vida
Mundo desordenado,
sujo à espera, andando
Refletindo prazeres
dolorosos
Bondosos cruéis
dizendo a verdade
Fuja da verdade!
Seja uma mentira irrefletida,
mística impensada
chamada paixão

Ciliar

a vida
sucessão de novas mesmas experiências
torpor pedindo novas provocações
sol jardins surpreendentes mesmices
alegrando iguais únicos
átomos reciclados inovadoras possibilidades
consciências de passado ciliar
cegos de olhos originais
sem novidades teimosos inesperados
desejos egoístas descobertas,
comum normais, da natureza humana

só há independência daquilo que se pode depender
Só se pode querer não se importar com coisas materiais, quando se importa com algo que existiria
Só há aprendizado se uma experiência nos ensina
Diante da experiência não se importe em se importar, ou estaria dependente da desimportância
Não tenha receio ou medo, perder-se de si mesmo é a guerra em sí

Interesses fazem humanos

Cada epitélio marciano quer estar
Cada célula viva ou morta é
Por estar e ser inevitável
doce alienígena envolvo
Polvos cada anterior desejando lá
paradoxais trocadilhos engraçadinhos
no destino
Das mitocôndrias aos up quarks
que se escondem
desejos contrários unificados
chamados certeza
antes de racionais organismos
Universais leis respeitadas
por cada astral e cada estrela
fidedignas naturezas
ou que piscam virando lendas
arrepios nebulosos os sonhos
nuvens onde quero
supernovas do que é
segredos sufocantes alegram
motivos mecânicos moldando espaço e tempo
harmonicos com o incerto
equilibrio felicidade
Cada aspecto subindo escadas que descem
cada independencia assumindo aprendizados
Cada um matemático
absoluto metafísico
divisões e organismos
sangue tecidos músculos pessoas
Estranhos ordenados consciêntes à si

Canções sobre a Morte

Da certeza de nunca vivida miséria
Interrogo a consciência
Ameaço alienação
Busco por que de suicidas pensamentos
Sede mortal de vida
É um paradoxo
o infeliz a respirar

Morte fascinante
Causa de incertezas
Fato à consumar
Inevitável
Esta senhora dos dias
noites mais
Emprestando a juros altos
dor e sofrimento
Tem sido musa!

Morte fácil sedutora
Antes algoz que meretriz
Perseguindo fugitivos
Ignorando seus amantes
Quer a todos com desdém
Consegue nada que quer
À alguns tira a luz
Outros, obscuros, lança nas sombras
Nunca dificulta sua conquista
sempre aquém do que se espera dela
Vontades imprevisíveis
Resoluções opacas sem retorno

Morte afrodisíaca
Desafiantes desesperados
Buscam doar novas luzes ao fim
Excitantes perigos caos impotentes
Narcisos desejoso aterram
seus prórpios dogmas
Não escapam
Nem solidários nem bígamos
Nem crentes por mais que se chateem
Quanto mais perto,
amadurecem e se multiplicam,
os que apodrecem e abandonam

Morte é chegada
Nunca exílio ou temporária
Definitiva, anima efêmeros de partida
Adorada, Maravilhosa, Digna de culto
mas não alvo de ódio
Culpam quem morre,
tardia sua rendição,
gerando ilusórios vínculos
Insípida, inodora, translúcida
necessária como água
A morte não se esconde,
nem informa
Não se apresenta ou bate o ponto
É perene no leito que à serve

Elogio à morte,
são suicídas pensamentos
de querer viver
descrições e reflexões
Seguras por covardia
Aceitos seus carinhos,
a culminar no seu abraço,
sem pressa pelo seu amor

Paz

Sorrio na tristeza
construo diante do apocalipse
luto pela morte
vivo a busca pelo fim
Com satisfação
a desgraça me felicita
dor e sofrimento meus amigos
Cheio de feridas perdas
escolho o pior caminho
Carregando a culpa pelas mazelas do mundo
como punição antecipada
Fatalidade antes da batalha
Nem heroísmo nem glória
Sou anticristo
cheio de raiva e alegria
Confio na transformação
À mentira o valor maior
Faço errado por opção
Baseado no instável
ao afundar busco o fundo
ao cair busco segundo tombo
Com fome abraço corridas desesperadas
Por ansieade e regojizo,
na direção degenerada plenitude

Depressão

oh depressão
será você que desejo
que me iludo a fugir
e caminho para o abismo?
a solidão um alento
suprindo de sofrer
um autodeclarado vivente
pseudo de sí
sonhos corruptelas do real querer

Ou será a depressão
minha boca abrindo-se
para engolir o mundo
o demônio despertando
danando gracinhas e anjos
defecando platônicamente
numa ação gratuita
desprezo não intencional
desonesto ignorante
de desejos reprimidos?

oh derpressão
abre-se um abismo entre eu e realidade
a sincera mentira
da ficção recebendo de braços abertos
seu filho sem valor ou crença
iludido de ser feliz num egoísmo consciente
Contamine o mundo!
desgrace e questione
se leve e eleve todos ao miserável
da angústia
Um fim sem significado para um vida de incertezas
poetico ponto final de cada sensivel, livido e meigo
escarnio, fezes e sexo essenciais
Oh que alegria!

Cianureto, Ópio

Às vezes penso em me matar.
Nessas horas não encontro motivo para continuar.
E se busco esses motivos
é porque quero viver.
Desesperado, procuro o que quero
onde não há esperança de encontrar.
Enganado questiono meu valor
e o chão que me sustenta.
Possuindo cada vez mais
com maior desprezo
subverto o desejo de morte
pela certa invencibilidade
de quem não liga.
Ainda que, destruidores, meus objetivos
encontrem a fé,
negarei repouso a minha alma
negarei estagnação e felicidade
Não por falta de mérito

Apenas cedendo ao fio insano da vida