quinta-feira, 25 de maio de 2023

Da loucura a razão

 Coração acelerado prestes a sair cometendo loucuras
Aliás, loucuras não: uma loucura
Uma vírgula dividindo o antes e depois do desastre,
não como barragem, mas como liberação que ronda sua floresta, montes e pastagens
Um desejo só de jogar foras a nós e entrar naquele mundo de prazer prometido,
mesmo que todas as juras sejam decepcionadas,
que se sigam horas fio numa busca prazerosa pelo inalcançável
Ainda seja dentro que resida a resposta, quero fazer a pergunta sem palavras
só carinhos e dedos,
expressando línguas aqueles argumentos,
que nada têm haver com cuidado

Queria parar de escrever e agir, seduzir
Mas escrevo sem parar, esperando que saia como gozo,
todo o calor desses pensamentos
Tudo para aflorar aquelas suas imagens onde me iludo participar

Aos poucos a respiração acalma
Então vem o medo de abrir a porta e a verdade sair comigo
Não penso que mal tem aqueles que vão morrer arriscar
Arriscaria o autoengano que a saudade do fundo do poço anseia
Não penso qual o seu gosto ou que gritos faria
Grito: não vá e se for devore

O que penso é que não existe culpa
Que, do começo ao fim, não somos melhores que crianças
Sem orientação, sem respostas
Pior, somos desejo e preconceito,
presos a uma moral duvidosa de que não queremos fazer o outro sofrer
Combatendo sem motivo, um tesão reprimido

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