terça-feira, 25 de dezembro de 2012

A noite em seu olhar


O rio esta frio, congela minha alma
As águas cristalinas da verdade percorrem meu corpo...
Pena que estou morta
Vivo esses últimos dias a suspirar
pelo resto de vida que poderia ter para voltar...
A sentir o calor da tormenta...
A brisa leve no farfalhar das arvores no outono
Ah! A crueldade do outono

Não sei

Faz morrer em mim... aquilo que já não sou!
para nascer depois que o inverno passar
Sempre flor ainda por reconhecer:
Eu sei e me dizem, mas sou surda
eu vejo iluminado, mas cega
sinto em pelo mas me nego
Mas tu, cavalheiro da noite
será bendito ao me buscar outra face de mim, 
Sou mas inexisto!
A não existência me deixa em doces angústias:
Sinto falta do não sentir à espera

Agora, o espelho...
De um sonho que me embalasse
Ouço nele os cascos de seu cavalo
Ouço seus brados por mim!
Envolvida, perdida e feliz
Mas no espelho...
No espelho me acho:
Reflete a verdade perdida de mim e me encontro, enfim

Que bom esse frio que sinto!
são as sombras do amor que tive
A memória de suas mãos
ou será a água gelada roubando as novas que não terei?


André Peixoto e Ana Célia

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