domingo, 7 de fevereiro de 2021

Cavaleiros do Tempo

 Cavaleiros do tempo.

Atravessamos o tempo achando que é um deserto
Não vemos pessoas e ficamos perdidos, apelando aos vícios
Não bebemos água e ficamos com sede, enfraquecendo sem perceber
Vemos miragens e investimos nosso tempo no vazio
Nos vemos em lugar nenhum, só querendo nos encontrar
Falamos sozinhos sem escutar o vento
quando fazemos rimas e brincamos, dizemos é o sol e a loucura
Queremos que tudo acabe logo

Tudo isso até que seja perto do fim

Cavalgamos o tempo e o achamos arredio
Olhamos envolta e temos raiva do horizonte
Pisando e pisando na areia sem fim do ódio e do medo
Afundamos e rimos, choramos indignos segundo a moral do rio
Pensamos e amamos no fim com tudo mudou
O significado do eu diante do seu, não importa nem o sacrifício
O que resta é o último dos cavaleiros do tempo

É quando olhamos para trás, do alto do futuro

O que vemos lá? com olhar de um bebê, cachorros lembrando carinho
Uma balada que atravessou, erros e surpresas
Os planos e fugas, desejos de letras
Vemos o que escrevemos sendo deixado em papeis esquecidos
Vemos que a chama se esvai e ficam delírios do vento na cara
Da areia no pé, que pisando não via, afundando a vida
Ou fundando... ?

Quebrando a narrativa, senhores do tempo, a existência que construímos.

Nunca foi um deserto!
Atravessamos amigos, amando e sorrindo, chorando e tentando
Construímos o eu e o lugar chamamos meu
Onde foi? lá nós bebemos e comemos partindo o pão com iguais
Fizemos verdades e virtudes, construímos nossa força
Passamos de fantasias a seres, de potência à pathos, ativos
Sentimos o vento e respondemos frases e apelidos
Fomos loucos ensolados, crianças

Cavaleiros do tempo

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